Um conjunto de documentos relativo à solicitação de recursos para construção de um rancho para tropeiros – um pouco mais de três contos de réis para a obra (3.022$880) –, feito pela Câmara Municipal de Jacareí, foi encaminhado ao Legislativo Paulista, em 14 de Março de 1856. Os vereadores de Jacareí informavam no documento que, na entrada da cidade, “além da ponte sobre o rio Parahiba”, havia uma “pequena Casa aonde outrora foi moradia do Cobrador da mesma ponte, e que tendo havido desocupação ficou a dita Casa servindo de Rancho para os tropeiros”, que transitavam pela “Estrada Geral do Rio de Janeiro” – que ligava a então capital do Império à Imperial Cidade de São Paulo –, trazendo e levando mercadorias entre São Paulo e Rio de Janeiro. Todavia, a casa foi destinada ao “empresário da ponte de Pedra”, privando os tropeiros de seu abrigo.
Os vereadores de Jacareí, ao traçarem um retrato do precário estado do antigo abrigo, propunham a construção de uma nova edificação – cujo projeto aqui reproduzimos – em um novo local:
“A Câmara conhece que a ocupação daquele rancho não será por menos de três anos, que além do seu mau estado, com a colocação da nova ponte em diferente lugar, fica inutilizado, não só por estar muito distante, como também por ficar em lugar tão apertado que para pequenas tropas não dará. […] Julga a Câmara que o lugar para o novo rancho deve ser em um alto além da Ponte e para cá do Lavapés, aonde tem espaço suficiente para aglomeração das tropas.”
